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À LA PAGE

          "À la page", é uma locução francesa muito difundida nos meios literários, que significa estar em dis com a moda ou com o gosto reinante, ou ao corrente do que se faz ou que se diz.  É uma criação da linguagem popular que passa à literatura.


          Vamos tomar um exemplo prático: Regina Casé, apresentou na TV, não faz muito tempo, um programa chamado "Muvuca".  Essa palavra, em breve estará em todos os dicionários, significando um agrupamento de pessoas ou de coisas, conforme explicado pela própria Casé.

          A língua é um costume.  Sendo assim, qualquer transgressão à norma culta deixa de sê-lo no exato momento em que a maioria do povo a cometa, passando desta forma, a constituir um fato linguístico. É também necessário o aval da nossa Academia Brasileira de Letras. 

          Outras palavras existem, já consagradas à nossa língua, como por exemplo, "zorra", significando confusão,  ou "saliva", no sentido de conseguir algo através de conversa,  ou "muquirana", que além de piolho, significa também aquele indivíduo sovina, avarento, mesquinho, maçante, aborrecido, enfadonho, chato, etc.

          Existem palavras, que mais se aproximam de uma linguagem vulgar, como por exemplo, "mocó",  "butuca",  "rango", "massa",  e outras mais.  Neste sentido, existe uma infinidade de palavras que se constituem um verdadeiro dialeto.  Se usada com moderação e no momento certo, a gíria pode se constituir uma forte expressividade, mas o seu abuso, e de forma chula, pode se constituir num flagelo da nossa linguagem.

          A gíria, em transgressão à norma culta, só é admitida na língua falada.  A língua escrita não a tolera, a não ser em casos muito especiais, como na comunicação entre amigos, etc.  Mas no recesso do nosso lar, por exemplo, qualquer pessoa, por mais culta que seja, pode e deve usar de uma linguagem informal.

          Falando em palavras novas, existe uma palavra muito usada atualmente, mas que na verdade não encontra (ainda), abrigo seguro em nossa língua culta: é a palavra "Manauara".  Não existe. Quem nasce em Manaus, é manauense.  Os defensores da palavra "Manauara", dizem que esta significa aquele caboclo, meio índio, muito embora tenha nascido em Manaus.  Ora, se nasceu em Manaus, não há porque discrimina-lo.  É manauense.

          Nós brasileiro, estamos aprendendo atualmente a ser mais exigentes em relação a certos produtos e serviços.  Fala-se muito, em qualidade.  Qualidade total, satisfação do cliente, etc. Bem, mas acho que falta-nos ainda, sermos mais exigentes em relação à nossa própria língua.  Afinal, não só de pão material vive o homem, mas por igual do pão do espírito. Nossa palavra tem força espiritual.
questões sobre a língua portuguesa

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