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ASSOMBRAÇÃO


Almas penadas

Já não existem mais assombrações como antigamente...
          Nossos pais, nossos avós e gerações anteriores, sempre contavam as mais incríveis e horripilantes estórias de assombrações.  E, acreditem ou não, eram estórias verídicas. Antigamente haviam casas, castelos mal-assombrados, enfim, as aparições fantasmagóricas estavam espalhadas pelo mundo todo.  Crianças, tremiam de medo quando se falava em "assombração".


          Mas, parece que tudo acabou, como que por encanto.  Ninguém mais conta aquelas estórias de arrepiar, e as crianças de hoje já não temem os seres do "outro mundo".  O que será que houve?  E as estórias que ouvíamos, testemunhadas por tantas e tantas pessoas?  Será que essas pessoas eram todas inocentemente mentirosas?  Ou tais estórias, simples fruto da imaginação dos nossos antepassados?

          Acreditem ou não, muitas estórias eram mesmo verdadeiras, porque foram relatadas por pessoas sérias. Não eram mentirosas.  Outras vezes, experiências insólitas aconteciam até com pessoas incrédulas, que para justificar sua incredulidade, sempre tinham na ponta da língua um ditado que dizia: "Quem anda com Deus no coração, não tem medo de assombração". 

          Mas hoje, até mesmo esse dito popular perdeu seu emprego, tornou-se ultrapassado.  Então para onde foram aqueles fantasmas que já não aterrorizam mais?  Será que também estão enfrentando uma especie de crise existencial?

          Não, eles estão aí mesmo.  Na verdade, em crise estamos nós.  Falta-nos, talvez, uma dose maior de religiosidade interior, para que possamos vê-los.  Alguém poderia perguntar: - Mas o que tem a ver religião com assombração?  Acreditamos que tem tudo a ver, para os que ainda conservam uma intensa fé religiosa dentro de si, e desde que o termo "assombração", seja  melhor compreendido.

          Certa vez, ouvi uma explicação esotérica por parte de um grande Mestre de uma escola filosófica, que elucidava essa questão.  Ele ensinava a seus discípulos (eu era um deles), o seguinte: 

          ...que, quando uma pessoa morre, sua alma não se desliga imediatamente do corpo.  Ela ainda fica presa à terra, ao corpo, por uma espécie de energia sutil, vibratória, conhecida pelos esotéricos como cordão de prata.  Esse cordão é elástico, permitindo que a alma ou espírito se desloque para onde queira.  E, o desligamento, ou seja, o rompimento definitivo desse cordão de prata com a terra, leva no mínimo sete dias, razão pela qual, as igrejas católicas celebram a missa de 7º dia, quando finalmente a alma da pessoa morta, agora livre, deverá ascender ao seu verdadeiro mundo espiritual, cessando assim, o sofrimento que o espírito experimenta enquanto ligado à terra nesse período, por esse "cordão de prata".

          Antigamente, as pessoas eram mais devotadas às coisas espirituais, e por isso tinham uma sensibilidade desenvolvida a tal ponto, que lhes era possível um verdadeiro contato imediato do 3º grau com aqueles espíritos que esperavam pelo seu dia de ascensão a um outro plano de existência. 

          Tais contatos, eram até mesmo comuns naqueles tempos, apesar do seu mistério e do seu aspecto sobrenatural. 

          Mas hoje, o homem moderno perdeu essa sensibilidade, devotado que está ao seu mundo de avançada tecnologia.  O modernismo o fez materialista demais, e o afastou da sua prática religiosa. O homem de hoje acredita nas ondas etéricas da Internete, mas não acredita em espíritos, ou pelo menos não tem sensibilidade para percebe-los. 

          Parece incrível?  Pode ser, mas a religião é justamente isso.  É o desenvolvimento de uma sensibilidade tal, que se possa obter aqui e agora, uma ajuda intuitiva de sabedoria e de inspiração, canalizada por intermédio de um  plano mais elevado.  Esse conhecimento, no entanto, o homem deixou para traz.  As escrituras são sábias ao alertar: "Muitas serão as penas, dos que trocam o Senhor por outros deuses". (SL. 16;4).

          Podemos concluir, portanto, que somente a Luz da fé, nos aproximará novamente, não de "assombrações", necessariamente, mas verdadeiramente de DEUS. 

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