Em vários estados do Brasil, mas principalmente nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, encontramos aquelas cruzes à beira de uma estrada, significando que ali houve um desastre ou o assassinato de alguém. Quem coloca essas cruzes, são pessoas bondosas que vivem ou que moram próximas de onde ocorreu o sinistro, e devido à sua boa fé, acendem velas ao pé dessa cruz improvisada; rezam pela alma da pessoa morta.
Normalmente, essas cruzes levam o nome de quem morreu naquele local, como por exemplo: cruz do Juscelino; cruz do menino da porteira; cruz do fulano de tal, etc. Mas não é somente nas estradas onde encontramos essas cruzes. Nos terrenos de uma fazenda, por exemplo, também podemos encontrar essa mesma devoção.
Nas fazendas, no entanto, muitas vezes acontece que as pessoas devotas resolvem melhorar essa "santa cruz", e se cotizam, se unem para construir uma capela no lugar da cruz, e às vezes até com a ajuda do próprio fazendeiro, proprietário do terreno que também tem seu sentimento religioso. Normalmente são capelas bem pequenas, parecidas com uma "igrejinha".
Depois de pronta, a Capela se transforma num Santuário, mas antes, é preciso que um padre venha para benze-la. E assim é feito, e nesse dia (da bênção), há uma festa, e aquela pequena cruz de antes perde o nome pelo qual era conhecida, e no seu lugar, a Capela recebe o nome do santo do dia em que foi abençoada pelo padre.
E ali, nessa Capela ou Santuário, as pessoas expressam o seu sentimento religioso, e fazendo suas orações, ou suas rezas; no interior da Capela, os devotos enfeitam com uma cruz, imagens de santos, e outros objetos. Ocorre também, que de vez em quando, em dias previamente marcados, o padre vem da cidade para celebrar uma missa nessa capela. As capelas sempre têm suas estórias, contadas por aquela gente simples do lugar, lendas de cunho caipira.
Existem muitas dessas capelinhas em terras distantes, que normalmente são construções antigas das fazendas, mas existe um Santuario que é muito famoso, situado no centro da cidade de Baependi-MG, conhecido como "Igreja da Nhá Chica". Esse nome, "Nhá Chica", deve-se à uma senhora chamada Francisca Paula de Jesus, que era uma religiosa muito devota de nossa Senhora da Conceição. Essa senhora tornou-se muito conhecida por dedicar-se às pessoas pobres e por haver construído sua própria Igreja, em honra à Nossa Senhora da Conceição.
Quando a "Nhá Chica" morreu, já idosa, foi sepultada na própria capela que ela havia construído. Muitas pessoas afirmam que ela "teria" realizado muitos milagres, e posteriormente, em 2013, "Nhá Chica" foi beatificada pelo bispo da região.
"AMAR É ADMIRAR COM O CORAÇÃO".
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