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DICAS DE PORTUGUÊS


Língua Portuguesa

          A reforma Ortográfica da Língua Portuguesa que entrou em vigor em 1990, introduziu várias mudanças em nossa ortografia, entre elas a extinção do trema, a incorporação das letras "K", "W", e "Y" ao alfabeto, novas regras de acentuação e uso do hífen.


          Alguns dicionários já estão atualizados de acordo com estas mudanças, como por exemplo, o "Houaiss", e o "Aurélio", mas como vivemos nestes tempos modernos onde tudo é digital, uma boa sugestão para um dicionário "on line" gratuito, é o dicionario Caldas Aulete, na internete no site:   www.auletedigital.com.br

          Particularmente, gosto de pesquisar este dicionário na sua aba "Analógico Digital", pois para cada verbete, ele mostra uma infinidade de sinônimos; e na aba "Aulete Digital", temos informações detalhadas sobre a palavra pesquisada.

          Vejamos agora, algumas dessas mudanças:

K, W, Y:  são incorporadas definitivamente no alfabeto usado na lingua portuguesa, e nosso alfabeto passa então a ter 26 letras (antes, tínhamos 23 letras).

HIATO "oo":  não leva circunflexo o primeiro "o", do hiato "oo". Exemplo: "enjoo".

ACENTO DIFERENCIAL: não será mais usado para distinguir palavras homógrafas.  Passam a ser grafadas da mesma maneira, para (verbo) e para (preposição). Exceção:  "pôde" e "pode". Facultativo: fôrma (Substantivo) e forma (substantivo, verbo).

CREEM:  não levam acento circunflexo as formas verbais creem, leem, deem, veem, e seus derivados (descreveem, releem, desdeem, reveem, etc).

PAROXÍTONAS:  não levam acento agudo as vogais tônicas "i" e "u" das palavras paroxítonas quando precedidas de ditongo.  Exemplos: "baiuca", "feiura", "baiuno", "cauila".

TREMA:  o uso do trema é completamente eliminado da língua portuguesa.

CONSOANTES:  são eliminadas as consoantes mudas ainda utilizadas no português falado fora do Brasil.  Exemplos: "ação" (em vez de acção) e "ótimo" (óptimo).

DITONGOS: não serão mais acentuadas as paroxítonas com ditongos abertos "ei" e "oi", caso de "assembleia", "ideia", "heroico", ou "jiboia". É importante lembrar que o acento é mantido nas oxítonas, como "horói", e os ditongos das palavras paroxítonas terminadas em "r", como "destroier".

HÍFEN:  o hífen será usado nas seguintes situações:

1)  Em Substantivos compostos: será mantido nas palavras compostas por justaposição sem elementos de ligação:  Observe os exemplos: Matéria-prima;  guarda-chuva;  quarta-feira;

2)  O hífen será mantido quando:
      a)  O segundo elemento iniciar com a letra "h";  Anti-higiênico;  pré-história;  super-homem;
      b)  O prefixo do primeiro elemento terminar com a mesma vogal que inicia o segundo:
           arqui-inimigo;  auto-observação;
      c)  O prefixo do primeiro elemento for "circum" e "pan" e a primeira letra do segundo elemento
           for uma vogal ou as consoantes "h", "m", ou "n":  pan-americano; circum-navegação;
      d)  O prefixo do primeiro elemento for "hiper", "inter" e "super" e o segundo elemento for
           iniciado pela letra "r":  hiper-realismo;  inter-racial;  super-romântico;
      e)  Nas palavras cujo prefixo for "e" e "vice":  ex-marido,  vice-diretor.
      f)  O prefixo do primeiro elemento for "pós", "pré" e "pro";  Pós-doutorado;  pró-reitoria;
           pós-modernismo;

3)  Em locuções: será empregado nas locuções com significado próprio.  Exemplos: água-de-colônia;
cor-de-rosa; mais-que-perfeito.  Não será empregado nas locuções adjetivas, pronominais,adverbiais, 
prepositivas ou conjuncionais.  Exemplos: dia a dia,  café com leite, à vontade;

4)  Na colocação pronominal:  será empregado nos casos de ligação dos pronomes pessoais oblíquos aos verbos, criando assim a mesóclise e a ênclise.  Exemplos: Falar-nos-ão;  tornou-se;

5)  Na divisão silábica e translineação: na translineação, o hífen será escrito no final da linha, dividindo assim as sílabas restantes, que serão transferidas para a próxima linha.

6)  Em encadeamentos vocabulares:  quando determinadas palavras se juntam em algumas situações, formando assim encadeamentos vocabulares com significados diversos, o hífen deverá ser empregado.  Exemplos: rodovia Fernão-Tavares, Belém-Brasília, ponte Rio-Niterói.

          Finalmente, e para minimizar este assunto gramatical, às vezes um pouco cansativo, vamos contar uma estória.  Uma estória contada pelo professor de Português, Luiz Antonio Sacconi.

          ... A cena se passa em uma sala de aula de uma Faculdade de Direito.  Personagens: 1) um velho e erudito professor;  2) um aluno.

          Acho que todos os leitores desta estória, já tiveram a oportunidade de sentar-se em um banco escolar, em qualquer escola ou série que seja.  Pois bem, vocês então já sabem que em todas as escolas, sempre há um aluno que se destaca, quer por suas virtudes ou por seus defeitos. 

          Não vamos classificar o aluno acima mencionado, nem de um jeito nem de outro.  Isso o professor Sacconi pede ao leitor que o faça.  O momento em que esta estória se passou, era do exame oral da Faculdade.  Era o exame mais temido, o momento em que o professor iria avaliar sem nenhuma possibilidade de "cola", se o aluno sabia muito, ou sabia pouco, ou não sabia nada. 

          Esse professor, era exigente, conhecia até o idioma "sânscrito", e às vezes, exigia do aluno respostas em "latim".  Formulada a pergunta àquele aluno, a resposta depois de alguns segundos, foi em forma de um gesto, abanando a cabeça negativamente, para dizer não sei.

          "Muito bem", diz o professor, e lhe dá uma nova chance, fazendo outra pergunta.  Passam-se alguns segundos, e o gesto com a cabeça é repetido: não sei.  A impaciência já começava a tomar conta do professor.  Mas, na sua generosidade, resolve formular mais uma pergunta, sobre um assunto bem elementar da sua disciplina, no intuito de ajudar o aluno. 

          O aluno, faz então o mesmo gesto com a cabeça, mostrando que afinal, não sabia nada.  Impacienta-se então o velho mestre, e ao ver o funcionário da Faculdade responsável pela disciplina dos alunos, pede-lhe com a voz já alterada: - "Fulano, por favor, vá lá fora e me traga um prato; "cheio de capim"...

          O aluno, que até aquele instante estava mudo, agora resolve falar: - "E para mim, por favor, um cafezinho"...

          E agora: virtude ou defeito? O leitor decide!





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